quinta-feira, 15 de outubro de 2015

4º dia, o útimo

Domingo, 27/09/2015

Esse foi o último dia da viagem, apesar de já estarmos no estado de Pernambuco, ainda seriam 635 km de Araripina - PE até Campina Grande - PB. Esse último dia está contado de forma bem detalhada no relato do meu irmão, no post anterior, então vou apenas contar um resumo e adicionar algumas fotos ;).

Acordei mais cedo que o despertador e não consegui dormir mais. Meu irmão percebeu que eu já me mexia e já foi agilizando para sairmos cedo. Saímos às 5:30 h para tomar café da manhã em Parnamirim - PE (130 km de distância). Foto de Deyvid na saída:


Chegando na cidae, tomamos um café da manhã reforçado, cuscuz com bode, rs. Aproveitei para me alimentar bem pois ainda tinha muito chão pela frente. Nesse dia, eu me alimentei e me hidratei melhor, acho que foi o aprendizado dos dias anteriores e a experiência do meu irmão. No meio do percurso decidimos que valeria a pena passar pela cidade de Triunfo - PE, porque é uma cidadezinha com cenários bonitos.


Foi uma boa ideia ter passado por lá, foi a única cidade em quase 2000 km de viagem, com a entrada arrumada. Deu até vontade de registrar em foto.


Almoçamos por lá, descansamos e seguimos em frente, faltavam ainda 313 km para a chegada. Eu passava por algumas paisagens, gostaria de parar para da uma olhada mas não queria atrasar a viagem, então me segurei até que Deyvid percebeu e deu uma paradinha para registrar a altitude da cidade.


Foi nessas mediações que eu comecei a andar com a jaqueta meio aberta para ajudar a diminuir a temperatura. Nesse dia também comecei a sentir uma dorzinha que chegava a incomodar ao tirar e colocar o óculos do capacete. Continuamos na tocada de 100 km/h.


Tivemos a companhia de um casal que viajava em uma Honda Titan 150, com bastante bagagem e andava forte. Ficamos na companhia deles por um bom tempo. As 17:20 h, já escurecia, então paramos para trocar minha viseira, esticar as pernas e Deyvid, com seu dom artístico, heheh, me ajudou a tirar umas fotos legais.


Pegamos algumas retas sem fim... Eu sempre estava atrás, pois Deyvid que estava no cargo de dar o ritmo da viagem. Até que escureceu e o movimento de carros e carretas aumentou. Fiquei meio preocupado com a potência da Factor, para poder sair do meio desses carros, mas ele guiava a 125 cc e fazia ultrapassagens com maestria. 

Graças a Deus chegamos são e salvos. Foram 1980 km, tanque cheio e tanque vazio, tanque cheio e tanque vazio, percorrendo a gigantesca BR-316. Abraços a todos que me desejaram uma boa viagem, valeu!!


Resumo do dia: Araripina - PE a Campina Grande - PB (635 km).


Resumo geral: Belem - PA a Campina Grande - PB (1980 km)



domingo, 11 de outubro de 2015

Relato completo de Deyvid

Percurso realizado por meu irmão:
Saída de Currais Novos - RN até Picos - PI
Retorno passando por Campina Grande - PB.


Relato:
Finalmente, depois de duas semanas corridas e cansativas tive tempo de terminar de relatar uma aventura ocorrida entre os dias 25 e 28/09/2015. 
Acredito que no início de Setembro/2015 em conversa com Dennis, tendo em vista sua volta para Campina Grande, ele pretendia trazer pilotando sua moto (Fazer 250cc) de Manaus para Campina. Sem pestanejar disse que tentaria me programar para ir encontra-lo no meio do caminho para juntos concluirmos essa aventura. Lembrando apenas que o que dispunha no momento era uma Factor 125cc.
Loucura? Não! Saudades de pegar estrada, independente da moto, vontade de compartilhar de uma aventura dessas, ainda mais ao lado de meu irmão. Desde o início já sabia que não seria igual a viajar na última companheira de estradas, a NX4 Falcon 400cc, ou até mesmo na Intruder 250cc. Onde tive o prazer de conhecer amigos com esse espírito aventureiro e desfrutar de momentos que trago comigo até hoje. Fosse pelo conforto e pela segurança que uma moto maior nos passa nas estradas, mas... era o que dispunha e não deixaria essa oportunidade passar.
Apenas ideias e de repente os dias se passam num piscar de olhos, começarmos a conversar sobre a programação da viagem, qual melhor trajeto, onde nos encontrar, média de quilometragem por dia, etc. Tudo levando em consideração que por conta do meu trabalho, só teria praticamente o sábado e domingo para fazer isso. 
Já fiz diversas outras viagens, mas nenhuma tão distante, num curto espaço de tempo numa 125cc. Algumas convites aos antigos companheiros de estrada e aventuras, mas por conta de pequeno espaço de tempo para se programar e demais obrigações, fui percebendo que iria sozinho mesmo.
No decorrer dos preparativos, a melhor data foi escolhida. Dennis partiria de Campina para Belém/PA de avião dia 24/09/2015 para buscar a moto na transportadora e tentaria adiantar parte da viagem nesse mesmo dia.
O local colocado como meta para nos encontrarmos foi Picos/PI, distante aproximadamente uns 700km de Currais Novos e a cerca de 1.220km de Belém/PA. De Picos/PI, seguiríamos para Campina Grande/PB, restando assim mais 720km para rodarmos juntos.
Dennis teria o restinho da quinta, a sexta completa e o sábado para chegar a Picos/PI. Eu pretendia fazer numa tirada só os 700km para encontra-lo no final do sábado.
Sorte, destino, providência ou acaso. Consegui conciliar as atividades de trabalho para que na sexta pela manhã estivesse em Caicó/RN, adiantando assim 90km da viagem.
Os tempos atuais são outros, não sou mais aquele “jovem” aventureiro que bastava o convite que partia para essas aventuras sem pensar. Hoje sou um pai de família, tenho minha esposa Moara e meu filho Raoni. Para uma aventura dessas claro que tenho que pedir autorizaç... opa! Combinar com a patroa... kkkk. Detalhes acertados com a digníssima, restava seguir com os preparativos.
Chega o dia 24/09/2015, Dennis embarca cedinho de João Pessoa/PB para Belém/PA. Por volta das 14h avisa que já está com a moto e dará início a viagem na tentativa de adiantar a quilometragem que teria de rodar até meu encontro.
Até então a ficha não tinha caído totalmente no que estaria prestes a fazer. Para muitos, nada de mais. Já imaginava a brisa fria da estrada no início do dia, o sol escaldante em baixo da jaqueta preta... opa, falando nisso onde estavam meus equipamentos? Parti para busca. Depois de revirar guarda-roupas, caixas e mais caixas encontrei a jaqueta e mandei lavar. Os trabalhos durante a semana foram corridos, só consegui busca-la de volta na quinta à noite. 
Moto revisada e lavada, jaqueta prontinha, luvas separadas, bagagem arrumada... a ficha caiu, restavam apenas algumas horas para pegar a estrada, mesmo que tendo início a trabalho mas, já começava a entrar no clima.
Sexta feira dia 25/09/2015, deixo Raoni na escola, volto para guardar o carro, amarro a bagagem na moto, o beijo de despedida, as recomendações de Moara e... a estrada na minha frente.
Depois de alguns anos distante desse mundo, lá estava eu e “elas”. Eu, a moto e a estrada. Viagem curta até Caicó/RN, apenas 90km. Seriam os primeiros de muitos. Como ainda não tinha posto a “possante” na estrada, foi a hora de sentir como ela se comportaria. Conseguiria rodar numa tocadinha de 100km/h? Nada disso. Não sei se por conta de ser pouco rodada, ou de o dono anterior ser um “roda presa” a possante ficou acanhada de início. Alguns quilômetros rodados, uma boa conversa e lá estávamos nós dois bem entendidos. Já ultrapassando os poucos carros que me davam possibilidade de seguir em frente. Numa tocada de 90-100km/h, sem vento frontal claro, comecei a sentir bem a moto e ver até onde poderia forçar.
Sabendo que no caminha passaria por Sousa/PB, cidade onde trabalhei alguns meses, mais precisamente no município de Aparecida/PB numa mineração. Entrei em contato com os antigos colegas de trabalho informando que tentaria passar por lá no finalzinho da sexta feira.
Chegando em Caicó/RN, parti para agilizar os trabalhos. Assim o fiz, sem para para almoço, por volta das 15h dei por finalizado as atividades. Procurei comer algo, já que essa hora não encontraria mais almoço.
Lanche rápido realizado, segui rumo ao encontro dos ex-colegas de trabalho em Aparecida/PB, seriam aproximadamente 130km de distância no clima de interior do Seridó. Fervendo.
Mesmo com poucos quilômetros rodados (de Currais até Caicó), já estava com a conversa afiada com a “possante”, foi mais fácil dosar a mão.
Agora sim, a viagem começou!
Por alguns instantes, o prazer de estar ali, no calor da estrada, na fumaça dos caminhões, deixando a cidade para trás, superaram a sensação de calor que fazia. Tem louco pra tudo, cada gosto... rsrsrs.
Segui tranquilamente, cruzando as cidades de Serra Negra/RN, chegando a PB pela cidade de Pombal/PB. Trecho que costumeiramente fazia toda semana quando trabalhava por essas bandas.
Cheguei na mineração por volta das 17h, fui recepcionado pelos colegas, que por sua vez não acreditaram quando falei que faria isso numa 125cc.
Satisfação imensa de reencontra-los, não todos mais boa parte deles. Passamos por situações inusitadas durante o período que trabalhamos juntos. Todos gente boa! O Flávio me levou até a bancada, onde mostrou como os trabalhos estavam procedendo, lembramos do grande amigo Thiago que voltou para sua terra natal, jogamos conversa fora com os outros colegas que estavam encerrando seu turno. Rimos um bocado e o sol começava a se despedir, era hora de voltar a estrada.
Pretendia pernoitar em Cajazeiras/PB, distante apenas 64km dali. Mas diante do convite de Flavio para colocar o papo em dia, decidi dormir em Sousa/PB.
Me instalei na conhecida pousada, que costumava ficar em minhas estadias na cidade e por volta das 20h já estávamos no espetinho, batendo papo e comendo o famoso escondidinho de carne de sol, pãozinho de alho, dentre outras especialidades. Boa conversa com o Flávio e sua esposa, que encontram-se nos preparativos para chegada de sua filha, mas eu tinha que descansar para pegar a estrada.
Ao chegar na pousada fui estudar o que me restava para o sábado. Seria 450km, seguindo pelo Juazeiro do Norte/CE até Picos/PI. Conversei com Dennis, não me recordo em que cidade ele estava pernoitando, mas vi que as distâncias ajudavam para que por volta das 13h nós almoçássemos juntos no PI.
Dormir que no outro dia teria muito “chão para rodar”.
Às 5h já estava amairrando a bagagem e partindo para abastecer a moto. Nesse primeiro trecho, constatei que dispunha de uma autonomia de apenas uns 260km por tanque. Tinha que ficar de olho para não passar aberto nos abastecimentos.
Ao tocar a BR 230, o sol me recepcionou com seus primeiros raios (registrei em fotografia), pretendia tomar café em Cajazeiras/PB. Passando por lá, ainda estava cedinho decidi tocar em frente.
Desde que comecei a traçar minha rota, vi que a BR 230 me levaria direto até Picos. Mas em conversa com amigos que já rodaram por aquelas bandas, me orientaram a seguir pelo Juazeiro do Norte/CE. Ainda com a BR 230 na cabeça, decidi sair do planejado e seguir pela transamazônica.
Depois de uns 100km, já na cidade de Lavras de Mangabeira/CE e parei para tomar café. Caldo de carne com limão, pão, pão com ovo e café. Barriga forrada, de volta a estrada.
Segui até a cidade de Farias de Brito/CE, onde parei para buscar informações. Mesmo orientado por um morador local, percebi que algo estava errado. Comecei a seguir em direção ao Sul. Minhas suspeitas se confirmaram quando comecei a ver as placas da cidade do Crato/CE. Acabei retornando para rota antes planejada.
Subi a Serra do Araripe, cruzei o chapadão. Parei para conhecer a Pedra do Canto (registro em foto), esticar as pernas e regar as plantinhas da região.
Ainda no Ceará, entre as cidades de Nova Olinda, Araripe e Campos Sales cruzei com uns trechos da BR pequenos que estavam em obras, mas nada preocupante ou que atrasasse a viagem.
Parada para esticar as pernas e me aliviar por volta das 11:30. Depois de: 4 picolés, 500ml de água de côco e 500ml de água mineral entro em contato com a base para saber como andava Dennis. Ligo para casa, informando a Moara onde me encontrava e que tudo estava bem, ligo para mainha e Daniel para saber notícias de Dennis. Fui informado que ele estava prevendo chegar em Picos por volta das 14h.
Eu ainda tinha 125km para rodar, chegaríamos praticamente juntos ao nosso ponto de encontro.
Depois dessa parada o sol mostrou-se como nunca. Não havia como não incomodar-se com o bafo quente da estrada. A sensação já era de cansaço e incomodo depois de quase 600km rodados no dia.
Até então, o fluxo de veículos na estrada estava tranquilo, pouco trânsito, mas ao chegar na BR 316 o fluxo de veículos já não era o mesmo, caminhões e mais caminhões. Trânsito pesado até Picos.
Chego na cidade por volta das 13:30, sol escaldante, procuro um lugar para parar e esperar Dennis. As margens da BR escolho um posto de combustíveis pequeno, próximo a diversos restaurantes e bares.
Ligo para casa, avisando que cheguei, para Daniel buscando saber de Dennis, para o trabalho visto que recebi algumas ligações e não tive como atender. Agora me restava esperar.
Pensei que Picos era uma cidade pequena, me enganei. Com pouco mais de 70 mil habitantes poderia dificultar nosso encontro.
Por volta das 14h recebo a ligação de Dennis dizendo que tinha chegado. Repassei mais ou menos onde me encontrava. Depois de algumas ligações e desencontros, nos achamos.
Sensações diferentes! Cansaço, alegria, emoção, superação, dentre outras...
O negócio agora era procurar um lugar para descolar a barriga. Como pensei, por conta do horário e sem conhecer a cidade, ficaria difícil de encontrar almoço a essa hora. Algumas tentativas frustradas, me informo com um moto-taxi que me orienta a voltar para onde eu havia parado quando cheguei a cidade.
Um pequeno restaurante familiar, já sem nenhum cliente, com o buffet já todo coberto mas... com comida nos esperando.
Conversa rápida e tendo em vista que conseguimos rodar bem no sábado e adiantar o horário de nosso encontro, decidimos seguir viagem e diminuir a quilometragem a ser rodada no domingo.
Diante do sol escaldante e cansaço, rodamos apenas uns 65km e paramos para estivar as pernas e nos refrescar diante do calor de mais de 39º na sombra quando estávamos em Picos.
Fizemos conta de pernoitar em Araripina, já no estado de Pernambuco, distante uns 133km de Picos.
Durante esse trajeto, já seguros da companhia um do outro e o horário nos permitia rodar mais tranquilos. Pausa para algumas fotos, apreciar a paisagem com o sol já dando uma trégua. Avistamos uma grande serra com um enorme parque eólico.
Começamos a subir e chegamos ao topo, que logo mostrou a entrada do Complexo Eólico Chapada do Piauí. Gigantesco... pausa para fotos.
Nesse momento, fiz algumas fotos e guardei o celular no bolso da jaqueta. Esqueci de fechar o zíper. Resultado: alguns quilômetros a frente, Dennis se aproxima e gesticula algo. Paramos no acostamento e ele me mostra o bolso aberto. Avisando que algo parecido com um papel havia caído alguns km atrás. Ao passar a mão percebo que foi o bendito celular. Rapidamente ele disse que sabia onde havia caído e voltou rapidamente para procurar. Como ele voltou rápido e a BR estava muito movimentada, eu já sem esperanças de encontrar o celular volto a sua procura. Quase nos desencontramos mas a uns 2km atrás, avisto ele caminhado no acostamento retorno mais alguns metros e... Pasmem, avisto o celular caído no chão no acostamento! Ninguém havia pego, não caiu no meio da BR, nenhum carro passou por cima. Era sorte demais. Faço o retorno e desço da moto para apanha-lo. Quando desviro o celular, apenas com a certeza de não ter perdido por completo. Pasmem!!! Estava inteirinho e funcionando. Obaaaaa!!!!! Seguimos viagem com o sol se pondo, mortos de cansados e felizes da vida.
Por volta das 18h, chegamos em Araripina/PE, logo ao lado da BR avistamos uma pousada num posto. Nada de procurar outra opção. Descansar e comer.
Já alojados na pousada, hora de dar notícias e relatar o acontecido do dia para os familiares. Contar do celular, do calor, cansaço, do encontro com Dennis, da satisfação por tudo discorrer sem maiores problemas. Como disse mainha, os “Anjos do Senhor” estavam em nossa companhia nos guiando e protegendo, nas mínimas coisas.
Ar condicionado no máximo, tirar a roupa quente e tomar um banho. A fome já estava apertando. Ao verificar uma das janelas, vi que um arame estava impedindo de fecha-la completamente, busquei o alicate para cortar. Realizei a tarefa e sem perceber sofri um corte no dedo indicador da mão esquerda. Nada grave. Mais para um arranhão daqueles que ficam magoando em tudo que tocamos.
Fomos avisados pela recepcionista da existência de um local para jantar próximo da pousada. Rapidinho já estávamos lá fazendo o pedido. Ambiente familiar, mesas e cadeiras espalhadas na na garagem, uma senhorinha vem ao nosso encontro nos traz o cardápio e... um “Cuscuz completo com galinha” pra mim e Dennis vai de... “Cuscuz completo com carne moída”.
Durante o tempo que esperávamos nossa comida chegar, conversamos um pouco sobre as dificuldades na busca de oportunidades de emprego, da forma em que nosso país está se portando diante da roubalheira e corrupção. Não está fácil para ninguém! Opiniões e novos pensamentos postos a mesa, chega o nosso jantar. Literalmente de arregalar os olhos e afrouxar os cintos. De tão arrumadinho que estava, pedi para Dennis tirar uma foto e mandar para mainha. Devoramos tudo acompanhado de um copão de café com leite.
De volta a pousada, o cansaço já tomava conta. Mais um pouco de conversa, combinamos a hora de acordar tendo em vista que faltavam em torno de uns 600km para o dia seguinte até chegar em Campina Grande e, ... já estava eu escutando meu ronco... zzZZZzzzZZzz
Ainda não estava totalmente claro, olhei de lado Dennis já estava acordado mexendo no celular, disse que estava esperando o despertador tocar para me chamar. Não fosse por isso, vamos agir. Fomos logo arrumando as malas e rapidamente já estávamos amarrando tudo as motos. Lubrificar as correntes com um óleo especial comprado em Manaus/AM, pneus calibrados, seguimos até o posto do outro lado da BR e por volta das 5:30 já estávamos de volta a estrada.
Como a pousada que dormimos não dispunha de café da manhã, decidimos rodar até umas 7h até para parar para esticar as pernas e comer.
Clima frio e gostoso por conta do horário, trânsito tranquilo, poucos caminhões na estrada, lá fomos nós curtindo o visual. Viajar de moto é assim, andar acompanhado sozinho. Acompanhado por estar com alguém ao nosso lado, seja na garupa ou em outra moto como era o caso. Sozinho pois não dá pra ir conversando como podemos fazer de carro. Vamos sozinhos dentro do capacete. Pensando no que o outro está pensando. Compartilhando as coisas com gestos que na sua maioria nem são entendidos pelo nossos companheiro de viagem, que para não se passar por desentendido, acena a cabeça concordando com tudo... E vamos em frente.
Seguimos aproximadamente uns 130km até Parnamirim/PE, paramos na Churrascaria Bode Assado do Bobe II. A pedida? Cuscuz com bode e café com leite. Para finalizar um pãozinho com ovo. Pense, sem aperreio para comer com Dennis no meio do caminho, logo cuscuz... kkkkk
Barriga cheia, pernas esticadas e de volta a estrada. Diante da pequena autonomia da “possante”, tinha de ficar de olho nos abastecimentos. Seguimos dessa vez até Salgueiro/PE onde paramos para abastecer e beber água.
Durante nossas conversar na noite anterior, sugeri subir a serra de Triunfo/PE, dependendo do horário em que chegássemos em Serra Talhada/PE. Diante do horário tudo caminhava para isso. Antes de sair do posto, ofereci a Dennis a honra de rodar uns kms na “possante”.
Owww saudades de minha NX4!!!!
Rodar tranquilo aos 100km/h. Sentir que o motor ainda tem muito a oferecer sem se preocupar com o vento ou deitar-se no tanque. Subir as serras tranquilamente nessa velocidade de cruzeiro. Outra sensação.
Abro os olhos e vejo Dennis tentando pegar o traquejo da 125cc, esforçando-se para ultrapassar seu primeiro caminhão. Deixa eu voltar para o que me pertence se não fico mal acostumado.
De volta ao que me pertence, enrolar o cabo e seguir em frente que ainda tem muito chão para rodar. Ainda queria chegar em Currais Novos/RN no domingo.
Trecho curto de uns 100km mas cansativo por conta do vento. O tempo todo rajadas fortes de frontais dificultava nossa vida. Dennis contando os passos na 250cc e eu esgoelando a 125cc. Era mais ou menos assim: Dennis sentado numa poltrona, vendo a paisagem passar ao som de uma ópera e eu com um paredão de som no pé do ouvido, rolando um funk daqueles... kkkkk
E assim seguimos até chegar ao nosso próximo destino. Percebi que fazer conta até o destino final da quilometragem que faltava só fazia com que o tempo demorasse a passar e nos deixava parecendo que não tínhamos saído do canto.
Em Serra Talhada/PE, paramos num posto de combustível onde o calor do resto do dia já se mostrava como iria ser. Perdi as contas de quantos picolés tomamos. Eu acho que uns 5 um atrás do outro, Dennis não ficou muito longe. Para hidratar 500ml de água cada um. Conversando com o atendente da lanchonete vimos um Chinelão do Sport, ou melhor, do Pezão. Fotos e pé na estrada. Tudo correndo bem, decidimos seguir por Triunfo. Nos informamos do melhor caminho e ligeirinho estávamos ao pé da serra.
Paisagem mudou, o verde voltou, a brisa aliviou o calor que já começava a mostrar-se. Avistamos as montanhas ao longe, nossa próxima parada. Pausa para fotos ao pé da serra. Paradas durante a subida para avistar a estradinha lá ao longe. Fotos com a câmera no chão da estrada, buscando o melhor ângulo com cuidado para os carros não passarem por cima da câmera. As fotos que tiramos, por mais que tentássemos demonstrar a beleza do lugar, são se compara ao que vemos e sentimos naqueles momentos. Só podem ser guardados na memória.
Eu já tinha visitado essa cidade alguns anos atrás durante a realização de um encontro de motoclubes da cidade. Mas não tinha subido a serra por essa estrada que estávamos seguindo.
Pausa para mais fotos no arco de entrada da cidade.
Parada no centro, próximo ao teleférico que já estava fechado para nosso azar, ou sorte. Seguimos para o restaurante ali pertinho que eu já conhecia. 
Brisa gostosa, o restaurante tinha amas coberturas do outro lado da rua entre as árvores, clima pacato de cidade pequena onde o tempo parecia estar em pausa. Já era em torno das 12h, ao escolhemos a mesa, dirigindo-nos para fazer os pratos fui abordado por 2 homens que lá estavam só a nos observar, informaram-me do evento que havia ocorrido no final de semana passado. Perguntaram de estávamos vindo e para onde iriamos. Ficaram sem acreditar. “É muita coragem, só vocês 2?”
Pois é, durante a fase “preparatória”, digamos assim, ao compartilhar com os colegas e amigos da proposta, muitos pensaram que eu tinha perdido o juízo, que não conseguiria realizar essa viagem da forma que estava propondo, me alertavam para tomar cuidado, muito cuidado. Acidentes, roubos, quedas, ninguém respeita moto, desconforto, tantas outras coisas que confesso não me fizeram pensar em desistir. Ter cuidado, claro! Agradeço todas as recomendações, eis-me aqui para contar essa história, sã e salvo. 
Barriga cheia novamente (aliás, parece até que só fizemos comer o tempo todo kkkk) já se aproximando das 13h, alertado para tomarmos cuidado ao descer a serra (trecho muito sinuoso com declives acentuados) lá fomos nós.
Na medida que íamos descendo, apreciando o visual, o calor ia se mostrando que ficaria o resto do dia ao nosso lado, firme e forte.
Paramos no entroncamento, para decidir por onde seguiríamos. Se adentraríamos logo na Paraíba, ou seguiríamos mais um pouco pelo Pernambuco. O sol estava tão quente, tão quente, o calor debaixo da jaqueta e do capacete estava tão grande, tão grande. Que depois de discutir o caminho a ser tomado, saí para um lado e Dennis para o outro... kkkkkkk
Calma, fiz isso só para saber se ele tinha senso de direção e realmente estava “ligado” (risos).
E fomos nós, dessa vez na direção certa, eu acho!
Pretendíamos seguir por Monteiro/PB, mas acabei passando direto da entrada que nos levaria até lá. Como já havia passado por aquelas bandas, acabamos seguindo pelo caminho que eu havia feito a muito tempo.
Ao chegar em Tabira, paramos num bar para beber água. Um casal estava arrumando uma pesa a sobra numa latada vizinha ao estabelecimento, local onde procuramos esconder a moto do sol por alguns instantes. Ao adentrar no bar uma caixa de som disputava com o sol qual o lugar mais incomodo. Quase que o senhorzinho não nos escuta. Depois de 500ml dágua e algumas estórias do dono do lugar, seguimos até São José do Egito/PE e cruzamos a fronteira PE/PB via Ouro Velho.
As rodovias estaduais da Paraíba mau cuidadas, trechos com muitos buracos, sol escaldante, cruzo com uma Titan 150cc, o cara sozinho, ia devagar, passei e fui embora, vi que Dennis vinha na cola, fomos nós. Alguns quilômetros a frente, ao buscar Dennis pelo retrovisor, vejo que uma moto entre nós. Apertei o punho e a moto chegando. “Eita, o cara da Titan botou pra andar”, pensei. Alguns segundos e vrumm, passa por mim uma Titan 150cc, com um casal, o piloto com uma grande mochila carregada na sua frente por cima do tanque, a garupa com uma bolsa no colo e uma mochilinha nas costas... de punho colado!!!!
“Vai embora nada”, pensei.
Enrolei o cabo e fui atrás. A muito custo consegui chegar junto, no plano e nas descidas eles iam embora. Num trecho sinuoso, imaginei que eles fossem reduzir. Que nada, o cara conhecia a estrada mais do que eu. Isso tudo, olhava pelo retrovisor e Dennis vinha na cola em velocidade de cruzeiro só acompanhando a “briga”. A 125cc não dava conta de acompanhar a 150cc com garupa e carregada de bolsas, nas subidas encostava lado a lado mas não conseguia passar por causa do vento, nas descidas e plano eles iam embora. Ao chegar na BR 412, a Titan começou a ir embora, Dennis me ultrapassou e gesticulou para eu acompanha-lo. Inicialmente não entendi mas... logo caiu a ficha. Entrei no vácuo da 250cc ai a coisa foi diferente, subindo e descendo mantive a velocidade de cruzeiro nos 100km/h. A Titan já tinha se afastado um pouco cerca de 200m, quando começamos a ultrapassa-lo, ainda deu vontade de dar um “xauzinho”, mas vai que o cara não tivesse senso de humor... rsrsrs.
Lembrando a todos que esse repuxo todo, de vácuo pra lá e pra cá, não era “lambendo a rabêta” da outra moto. A uns 5-6 metros de distância, isso tudo para tentar uma velocidade de cruzeiro de 100km/h. Só assim consegui perder de vista a “Honda envenenada”.
Chegando em Sumé/PB, paramos num posto de combustíveis para abastecer e esticar as pernas. Quando estava abastecendo, abri o capacete e fui falar o quanto fiquei impressionado com a disposição da Honda. Com garupa e cheia de bagagens andando muito bem, mas as 25 cilindradas de diferença são 4cv de potência a mais. A Factor tem 10cv e a Titan pouco mais de 14vc. Mais uma vez bateu saudades da NX4. Quando retrucava sobre isso encosta a endiabrada, o piloto abre a viseira e já vai dizendo “andar no vácuo é bom demais”. Ri e respondi: “não tinha como lhe ultrapassar se não fosse assim, sua moto esta envenenada... rsrsrs”.
Durante o abastecimento, descobrimos que o casal segui para Santa Cruz do Capibaribe/PE via Congo/PB. Elogiei o piloto e a máquina e segui com Dennis para tomar uma Coca Cola gelada.
Já eram umas 16:30, hora de decidir o que fazer: seguir direto para Campina com Dennis ou nos separar na Praça do Meio do Mundo. Seguindo para Campina seriam aproximadamente 140km de distância, se fosse para Currais seriam uns 280km em sua maioria sozinho e a noite. Mesmo conhecendo a estrada, seria bastante cansativo pois estava rodando desde às 5:30 da manhã. Ligo para Moara e combino de dormir em Campina e seguir para Currais na segunda. Ligo também para avisar a mainha que estava na expectativa de nos receber.
Um litrão de Coca Cola, uma cocada e 500ml de água. Tanque cheio e canelas esticadas cruzamos Sumé cansados mas na expectativa e certeza de que faltava cerca de 2h de estrada.
Trecho cansativo pois o tempo todo vento frontal dificultando manter uma média próxima dos 100km/h. Sempre observando o sol pelo retrovisor aguardando o melhor momento para registrar o pôr do sol. Mais a frente procuro um bom lugar para parar e vou encostando, Dennis se aproxima e avisa que estava prestes a pedir que encostasse para fazer o mesmo. Algumas fotos, conversa rápida, pouco movimento na estrada e mais um dia prestes a terminar. Até então tudo transcorrendo perfeitamente. Só tínhamos que agradecer, mesmo que antecipadamente.
Momento registrado, já prontos para seguir e... ao olhar para frente tenho uma surpresa! A lua cheia mostrando que também estava ali. Lida, perfeita! Mais algumas fotos e por alguns segundos ainda conseguirmos contemplar o sol cedendo o céu a lua. 
Escureceu rápido e com a proximidade da BR 230 o trânsito começou a aumentar. Algumas motos nos ultrapassando e seguindo em frente. Não só o corpo mas a “possante” já mostrava sinais de cansaço. Nada demais depois de mais de 600km rodados desde as 5:30 da manhã. 
Logo conquistamos a Praça do Meio do Mundo. Havia pensado em para registrar a passagem pelo lugar mas já estava escuro, muito movimento na BR e nós bastante cansados. Já acostumado com esse trecho, realmente esperava muito tráfego. Seguimos tranquilos sem nos separar nem arriscar ultrapassagens sem necessidade e cedendo espeço aos apressador. Trânsito intenso com caminhões e carros pequenos, seguimos tranquilamente até chegar em Campina via São José da Mata.
Chegar ali e avista minha querida Campina, que já haviam se passados alguns meses desde minha última visita e chegar assim, trazendo comigo meu irmão que vinha de longe e de volta a terrinha, de moto depois de uma aventura dessas. Muito feliz! Com a bunda sofrida mas feliz.
Às 18:30 chegamos em casa, estacionamos as motos na garagem e registramos. Não tinha muita coisa pra falar, cansados mas felizes feito pintos no lixo. 
Para Dennis, terminava ali aproximadamente 2.000km rodados em 3 dias e meio, uns 760km em minha companhia.
Para mim ainda faltava os 200km de Campina para Currais, trajeto que fiz durante muitos anos de namoro com Moara.
Subimos, mainha já nos esperava com café pronto. Tirar a roupa e botas, comer e tomar banho. Não necessariamente nessa mesma ordem mas, feito.
Avisei a Moara que já havia chegado, desabei no sofá. Às 20:30 já estava dormindo, nem vi Daniel que foi nos visitar.
Acordei cedinho antes das 5h da manhã, para chegar em tempo ao trabalho. Decidi voltar pelo brejo, estrada por onde costumeiramente cruzava para ir namorar. Não sei se por conta do costume com o calor da Rainha do Seridó (Currais Novos), mas o frio estava como nunca. Nem as luvas e jaqueta estavam ajudando muito.
O trecho era tranquilo, vento lateral e traseiro não incomodavam muito. A “possante” acordou disposta toda, velocidade de cruzeiro beirando fácil os 100km/h. Acho que por sentir que estava seguindo de volta para casa.
A BR 104 em perfeitas condições até a cidade de Picuí/PB, de lá até Carnaúba do Dantas/RN desde que comecei andar por essas bandas a estrada nunca foi das melhores. Dessa vez, não havia estrada. Chão batido e esburacado, foram uns 15km assim. Já na divisa da PB com o RN a estrada melhora um pouco. 
Parada rápida em Carnaúba para tentar avisar a Moara que estava chegando, mas não consegui contato.
Às 7:25 encosto no portão de casa, chamo pelos meus amores. Sem nenhuma resposta! Algumas tentativas durante o tempo que estava abrindo os portões e nada. Já saíram, pensei. Como não tinha ninguém fui logo desamarrando as bagagens para sair em busca deles e jogando no chão da sala. De repente escuto “papaaai?” Estavam dormindo. 
Eita cheirinho bom, abraços gostosos. Saudades!!!
Enfim, o dia volta a sua rotina normal.
Com os anjos do senhor em nossa companhia, conseguimos concluir essa aventura sem nenhum contratempo. Topo outra dessas sem pestanejar, desde que seja numa moto maior é claro! Valeu a pena. Como diz um grande amigo que se propôs a nos acompanhar nessa empreitada de cinquentinha... kkkk “Se fosse para ficar parado eu tinha nascido uma árvore”.
E essa foi nossa aventura, de acordo com o hodômetro da moto, foram 1.740km rodados. Fato para contar para o Raoni quando ele estiver maior, me acompanhando em outra aventura dessas, eu e Moara velhinhos de moto e ele na dele.
Obrigado pelo tempo dedicado em ler até aqui, perdão pelos erros pois o tempo para descrever tudo foi muito pouco, afinal alguém tem que trabalhar. 
Dennis, obrigado por me deixar fazer parte dessa sua aventura e acima de tudo pela paciência de me esperar. Valeu, tu é peso. Agora e torcer pra Danilo comprar uma moto e ter coragem de fazer o mesmo kkkkkk. Agradecer a todos que direta ou indiretamente contribuíram. Moara e Raoni por terem me concedido o passe-livre para essa aventura e me apoiado, Daniel por ficar o tempo todo nos acompanhando via telefone e repassando as informações, mainha por nos deixar ir... kkkkk e até a próxima se Deus permitir.

3º dia

Sábado, 26/09/2015


Com medo de perder a hora, meu psicológico ficou ativo e acordei duas vezes durante a noite, pelas 2 h da madrugada e pelas 3:40 h. A preocupação de sair cedo era porque eu marquei horário para encontrar meu irmão Deyvid, em Picos - PI para almoçar, e queria chegar no máximo as 13 h. Toda essa preocupação acabou dando errado, pois eu iria sair as 5:30 h e meu despertador não me acordou (ou deve ter me acordado e eu dormi novamente, não me recordo). Acordei as pressas e quando saí da pousada já eram 6:20. 
Estava um friozinho bom e fui presenteado com uma neblina, pareciam nuvens no nível do solo.


Este dia foi um pouco puxado, pois eu tinha hora pra chegar em Picos, acordei com dor de cabeça e não podia estar parando (como no dia anterior), tive que puxar um pouco mais para não atrasar mais ainda a chegada para o almoço. 

Gostaria de parabenizar o estado do MA e o Detran-MA por várias placas incentivando a educação no trânsito, mas ao mesmo tempo criticar porque foi o lugar onde eu vi mais motos desemplacadas, pessoas pilotando sem capacete e nenhuma fiscalização, parece que é extremamente normal. Deve ter é muita moto roubada por lá.

Meu café tinha sido apenas uma barra de cereal que comi na primeira parada para abastecer o tanque. Continuei até Caxias - MA, onde dei uma parada pra tirar uma foto destacando a cor da terra, meio avermelhada.


Neste dia eu tive um susto durante uma ultrapassagem que um carro fazia em sentido contrário, pois tive que ir para o acostamento sujo de areia e pedrinhas e com esse pneu, não foi muito seguro. Também me preocupei com pane seca em uma parte da viagem, pois após entrar no estado do Piauí, viajei mais de hora sem encontrar carros (um ou outro em sentido contrário) e nem postos de combustíveis. Foi ai que percebi meu tanque secando e já estava seriamente preocupado, pois pelos meus cálculos eu ainda teria que rodar mais de 100 km para chegar a próxima cidade (Elesbão Veloso - PI). Eu viajava e fazia os cálculos de cabeça de autonomia, tanque reserva, rsrs. Até que apareceu um posto de combustível, parei para abastecer e me senti aliviado, também aproveitei para beber o resto da água mineral que tinha levado e para alongar o corpo.

Segui até Picos - PI, onde meu irmão já me esperava a meia hora. Eu estava precisando de água e comida urgente. Estava um calor de 39º no meu termômetro portátil. Encontrei com Deyvid, almoçamos e conversamos durante um tempo, depois de 8 meses longe de casa, aproveitando para descansar pois tínhamos combinado de dormir em Araripina - PE (Picos-Araripina = 136 Km). Tiramos algumas fotos e pegamos a estrada.



Cruzamos a divisa (PI - PE), e cansados paramos na primeira pousada que achamos. Após jantar, descansamos para o próximo dia.


Essa foto ficou engraçada, rsrsrsrsrs...

Resumo: Alto Alegre do Maranhão - MA até Araripina - PE (670 km)

sábado, 3 de outubro de 2015

2º dia

Sexta-feira, 26/09/2015

Hoje eu preferi dormir mais um pouco e esperar para tomar café da manhã. Fui pegar estrada eram 8h já, mas como eu tinha o dia todo disponível, estava tranquilo e calmo, certo que iria da tempo de chegar ao destino final do dia (Caxias - MA).
Comecei o que seria meu Test Drive de longas viagens, o aperitivo, hehehe, pois eu nunca havia rodado mais de 160 km/dia.
Estava mantendo uma velocidade de cruzeiro de 100 km/h quando comecei a ver várias barracas de Acaí, decidi parar pra provar (já que não sabia qual a próxima vez que estaria no Pará para fazer isso). Achei bem líquido e sem muito gosto, mas fui adicionando açucar e foi melhorando o gosto. Interessante foi quando uma família que estava a caminho de Belém - PA, chegou para tomar açaí também. Eles trouxeram carne (bife), camarão e farinha para comer junto com açaí, que costume estranho pra nós da Paraíba! Conversei um pouco com eles, e de forma bem espontânea acabamos tirando essa foto:


Valeu pessoal, família gente boa de comedores de açaí, kkkk.
Hora de voltar ao passeio, encontrei um grupo do motociclistas viajantes (viajavam em sentido contrário), estavam em motos maiores e todos me cumprimentaram, os que estavam com viseira aberta sorriam como crianças, hehehe, muito bom encontrar esse grupo, me deu um gás a mais na viagem. Passei pela primeira divisa de estados, entre PA e MA, não encontrei placa mas tirei foto sobre a ponte do Rio Gurupi.



Passei por Santa Inês - MA, Bacabal - MA, e acabei chegando a cidade de Alto Alegre do Maranhão e parei mais uma vez para tomar um suco. Percebi que já estava começando a escurecer e o trânsito de caminhão aumentara muito, então tive que fazer uma mudança de plano, decidi arrumar um lugar pra dormir nessa cidade, por questões de segurança. Cometi um erro de principiante nesse dia, parei demais para descansar, demorei demais no almoço (1h:30m) e ainda por cima, havia algumas paradas obrigatórias porque a BR 316 tinha obras em alguns lugares, então consegui fazer 540 km (pensava em uns 670 km). Mas estava tudo indo sem maiores transtornos, graças ao nosso bom Deus. E mais um dia se passou.

Resumo: Capanema - PA a Alto Alegre do Maranhão - MA (540 km)



Continua...

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Retrospectiva - Chegada em Belém do Pará, 1º dia

Quinta-feira, 24/09/2015.

Como eu peguei o vôo com sintomas de gripe, tive dor nos ouvidos quando o avião pousou em Belém e fiquei meio surdo (não escutava bem minha voz, pense num troço chato!).
Eu precisava resgatar a moto que estava no pátio da transportadora, que fica próximo ao Posto São Cristóvão, em Marituba. Tomei algumas informações e consegui chegar lá usando um taxi e um ônibus. Liguei para o responsável e depois de uns 10 minutos chegou um rapaz, sem capacete, de chinelo (falta de profissionalismo), com minha moto cheia de adesivos e plástico bolha. Retirei logo esses aparatos porque nem eu estava reconhecendo a moto, estava suja de barro, sem os retrovisores, que o mesmo nem sabia onde estava. Depois descobrimos que estava amarrado por baixo do paralama traseiro.


Ainda não tinha aparecido o capacete, que eu tinha enviado de Manaus junto com a moto (esqueceram de trazer e voltaram pra buscá-lo). Nesse meio tempo, fui ajustando a bagagem na moto.
Tudo em ordem, me informei com algumas pessoas sobre a cidade mais próxima que eu poderia dormir e decidi que iria rodar pelo menos até Capanema - PA. (141 km). Comecei a rodar e demorou um tempo para cair a ficha que eu tinha um longo caminho pela frente, começara a viagem tão esperada, hehehe.


Cheguei ao destino e já estava escurecendo. Me instalei numa pousada bem próximo a rodoviária da cidade, e ao desmontar a mala, percebi que meu suporte de celular para moto tinha quebrado (não tinha usado nem uma vez ainda), deve ter sido no transporte de bagagem do avião. Fui dormir bem cansado esse dia. Foram 8 horas de avião (devido a conexão e espera no aeroporto de Brasília), mais umas 2 horas de viagem de moto. E o próximo dia prometia.

Continua...

domingo, 27 de setembro de 2015

100% concluído, job finished

Meus amigos, graças a Deus a missão foi completada com sucesso. Sem maiores problemas. Hoje saimos (eu e meu irmão) de Parnamirim - PE e chegamos ao destino final, em Campina Grande - PB. Foram cerca de 630 km. Apenas hoje, tivemos alguns trechos com curvas mais fechadas, deu pra treinar um pouco ;). Só tenho a dizer que valeu muito a pena!!
Agora que cheguei em casa vou descrever desde o primeiro dia o diário de viagem com algumas fotos pra quem quiser da uma lida. Abraços companheiros [[ ]]'s.



sábado, 26 de setembro de 2015

70% do plano concluído

Consegui internet, da pra pelo menos atualizar pequenas informações ;). Hoje foi o dia que mais rodei. Sai do estado do Maranhão, cruzei o Piauí (calor descomunal) e cheguei ao estado de PE. Foram 660 km de muito calor hoje. Encontrei meu irmão na cidade de Picos - PI, como combinado e vou completar o restante com a companhia dele, que legal, heheehhe. Tou brincando mas é interessante mesmo. Aconteceram uns casos no meio do caminho mas quando chegar em casa contarei os casos. Teve ate celular perdido e achado, caiu a 95 km/h. Bom domingo e abraços!